Boa tarde, pessoal dos 7ºs anos!
Nessa semana daremos continuidade as aulas de GRANDES NAVEGAÇÕES, sendo que na última postagem estudamos o processo de COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA (para quem não conseguiu ler esse texto e fazer o formulário, ele pode ser consultado clicando aqui).
Na aula de hoje estudaremos um ponto importantíssimo da história do nosso país, o processo de colonização da AMÉRICA PORTUGUESA ou seja, do Brasil. Entenderemos como aconteceu o processo de ocupação do território, as atividades econômicas realizadas e os primeiros contatos com os povos indígenas da região. É necessário que vocês leiam, ANOTEM OS PONTOS IMPORTANTES, estudem o texto com MUITA ATENÇÃO e respondam o formulário no final dessa página. Atenção aos pontos em vermelho ao longo do texto pois representam explicações ou pontos importantes.
COLONIZAÇÃO
DA AMÉRICA PORTUGUESA/ BRASIL
É importante lembrar que o território brasileiro não era
inabitado quando os portugueses chegaram em 22 de abril de 1500, pelo
contrário, antes
da chegada dos portugueses havia cerca de 5 milhões de indígenas apenas no
nosso país, que se dividiam em sociedades ao longo do território e possuíam
características, costumes, organizações sociais, culturais e línguas diferentes
baseadas em um tronco linguístico comum (ou seja, línguas que tem a mesma
origem) ou em uma família linguística comum (tem a mesma origem e tem mais
semelhanças entre si). Há dois troncos linguísticos o TUPI e o MACRO-JÊ com
suas respectivas famílias linguísticas. (você pode consultar aqui https://mirim.org/linguas-indigenas/troncos-familias). Com a junção desses troncos, famílias, com a
linguagem do colonizador português e dos escravos africanos surgiu a nossa
língua o português brasileiro.
|
fonte: https://www.facebook.com/Geopizza/photos/a.1556276114668602/2333401660289373/ acessado em 07/11/2020) |
O termo “descobrimento” é
bastante EUROCÊNTRICO, ou seja, tem a visão do europeu enquanto agente
civilizador, aquele que leva o progresso a uma região “atrasada”. Os habitantes
da região receberam o nome de ÍNDIOS pois os navegadores achavam ter chegado às
Índias, objetivo principal da viagem.
As embarcações comandadas por
Pedro Álvares Cabral, buscando um novo caminho para as Índias em busca de ouro
e especiarias chegaram ao território de PORTO SEGURO na BAHIA. No primeiro
contato entre indígenas, naquela região os TUPINIQUIS, e portugueses houve um
choque de cultura e estranhamento de ambas as partes, esse contato foi
registrado na cara de PERO VAZ DE CAMINHA para o rei de Portugal.
Os portugueses não tiveram
interesse, inicialmente, em colonizar o Brasil pois não encontraram metais
preciosos, diferente dos espanhóis na América Espanhola, e já estavam obtendo
muitos lucros com o comércio de especiarias na África e as Índias. Dessa forma,
entre 1500 a 1530 o período é conhecido como PRÉ-COLONIAL e os portugueses não
se fixaram nas terras, mas encontraram uma árvore típica da Mata Atlântica: o
PAU BRASIL.
|
Pau Brasil |
O Pau Brasil tinha um grande
valor no mercado europeu pois sua seiva avermelhada era muito utilizada para tingir
tecidos, construir móveis e casas. Sua extração foi a primeira atividade
econômica desenvolvida no Brasil pré-colonial. Ao saber do Pau Brasil, o rei de
Portugal autorizou a construção de feitorias (vocês já fizeram questões e
pesquisas sobre o que é uma feitoria), para comercializar e armazenar essa
valiosa madeira. Nas feitorias era realizada a seguinte troca: os indígenas
levavam as toras de madeira e recebiam em troca colares, facas, machados e
espelhos. Essa troca recebe o nome de ESCAMBO.
(Os indígenas, acostumados a
ter uma vida de subsistência, ou seja, viver e retirar da natureza apenas o
básico para a sua existência, cortar apenas UMA árvore para fazer determinada
coisa/construção, estranharam completamente a prática dos portugueses de cortar
grandes quantidades de madeira, além de nunca terem contato com esses objetos
diferentes trazidos pelo colonizador)
Durante
o século XVI, corsários e piratas franceses rodeavam o litoral brasileiro e
saqueavam grandes carregamentos de Pau Brasil, além de se aliar a indígenas
tupinambás, inimigos dos tupiniquis. Diante da ameaça iminente de invasão do
território, em 1530 o rei português D. João III, organizou a
primeira expedição com objetivos de colonização. Esta expedição foi comandada
por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o
território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de
cana-de-açúcar no Brasil.
Em 1532, em uma área habitada
por indígenas carijós e guaianazes, a expedição colonizadora fundou SÃO
VICENTE, a primeira vila do Brasil. Ali foi erguida uma capela e o primeiro
engenho destinado a plantação de açúcar.
AS
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu
dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em quinze lotes de terra, distribuídos em
catorze faixas de terra que foram doadas aos doze CAPITÃES
DONATÁRIOS. Os capitães donatários eram homens bem relacionados com a coroa portuguesa e podiam explorar os recursos da terra, cobrar impostos sobre
rios e portos, recolher impostos para a coroa portuguesa, julgar e condenar à morte índios, negros e homens pobres,
conceder SESMARIAS (terras do tamanho de uma fazenda a quem tivesse recurso
para produzir riquezas), porém ficavam
encarregados de povoar, proteger, expandir a fé cristã, e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. O sistema das Capitanias Hereditárias foi
utilizado inicialmente na Ilha da Madeira, depois no Brasil e em Angola e recebia esse nome "hereditárias" pois podia passar do pai para o filho mais velho.
No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias
fracassou, em função da grande distância da Metrópole (ou seja, de Portugal),
da falta de recursos, dos ataques de indígenas e corsários e da falta de
comunicação entre elas. Além disso, alguns capitães donatários nem chegaram a sair de Portugal para assumir a administração da capitania.
Inicialmente apenas as capitanias de Pernambuco e
São Vicente prosperaram. Posteriormente a Bahia também se desenvolveu, graças à
cana-de-açúcar.
Observem a área verde. Essa parte é a que os portugueses ocupavam efetivamente, ou seja, não saiam do litoral e não ocupavam os interiores do território, daí a frase do Frei Vicente de Salvador: "Os portugueses andavam como caranguejos, arranhando o litoral"
A FASE DO AÇÚCAR (séculos XVI e
XVII)
O açúcar era um produto de muita aceitação na
Europa e alcançava um grande valor. Os portugueses já haviam plantado
cana-de-açúcar nas ilhas da Madeira e de Cabo Verde na África.
Após as experiências positivas de cultivo no
Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino,
começou o plantio em larga escala. O
plantio seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de
começar o povoamento do Brasil. A
mão-obra-obra escrava, de origem africana foi utilizada nesta fase (teremos
uma aula especial para estudar isso, e o que motivou a escravidão africana no
nosso território, certo?) e o cultivo de outros itens agrícolas como
mandioca, milho, feijão, hortaliças e frutas eram reservados para as necessidades
de subsistência interna na colônia, assim como a criação de gado que servia
tanto para a alimentação quanto força de trabalho para as moendas de cana. A
pecuária também contribuiu para expansão do território, já que o gado se deslocava livremente pelo território.
O que era o engenho
colonial?
-
Era a unidade de produção de açúcar no Brasil Colonial. Compreendia as terras
cultivadas, instalações voltadas para a produção de açúcar e moradias.
-
Eram propriedades dos senhores de engenho, ricos proprietários rurais que
produziam açúcar para a exportação.
Partes do engenho
colonial:
-
Casa-grande: residência da do
senhor de engenho e sua família. Era o centro de poder do engenho colonial.
-
Senzala:
moradia dos escravos que trabalhavam no engenho. Era, geralmente, um local
rústico e pouco adequado a moradia humana em função de suas péssimas condições.
Na maioria dos engenhos, havia correntes onde os escravos eram acorrentados a
noite, para evitar fugas.
-
Casa dos trabalhadores livres: pequenas residências simples que seriam de
moradia para os empregados do engenho que não eram escravos. Habitavam estas
casas os funcionários do engenho como, por exemplo, capatazes, operadores das
máquinas do engenho e outros funcionários especializados. Estes recebiam
salários pelos serviços prestados e, geralmente, eram brancos ou mulatos.
-
Moenda:
maquinário usado no processo de fabricação do açúcar. Era uma espécie de
triturador composto por rolos, que servia para esmagar a cana-de-açúcar a fim
de se obter o caldo da cana. A moenda podia funcionar através da força
(energia) gerada por bois, água (através de moinho de água) ou humana
(escravos).
- Capela: local onde ocorriam as
missas e outros rituais religiosos (casamentos, batismos e etc.). De origem
portuguesa, a maioria dos senhores de engenho e sua família eram católicos. Em
muitos engenhos, os senhores obrigavam os escravos a assistirem as missas.
-
Canavial:
correspondia a cerca de 20% do engenho colonial. Era o espaço destinado ao
plantio da cana-de-açúcar.
-
Curral:
local onde eram criados os animais usados no engenho colonial. Os bois e
cavalos eram usados no transporte de pessoas e mercadorias. Já as vacas e
porcos eram criados para a produção de carne voltada para o consumo interno do
engenho.
-
Plantações de subsistência: geralmente cultivadas pelos trabalhadores
livres, eram destinadas à produção de verduras e legumes para o consumo no
engenho.
-
Rio:
geralmente os engenhos de açúcar eram instalados em áreas próximas aos rios.
Como não havia sistema de água encanada na época, os rios eram de fundamental
importância para a irrigação dos canaviais e também para a obtenção de água
para o consumo humano e animal. Em muitos engenhos havia uma roda d’água que
servia para gerar energia e movimentar a máquina de moer cana.
-
Reserva florestal: parte da vegetação nativa era preservada. Nestas matas,
eram retiradas madeiras que serviam para abastecer os fogões a lenha do
engenho.
No geral, a estrutura básica do sistema açucareiro
é composta pela MONOCULTURA (cultura/plantio de um único produto), TRABALHO
ESCRAVO e GRANDE PROPRIEDADE
O GOVERNO GERAL
Após a tentativa fracassada de estabelecer as
Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral,
em 1548. O Governo-Geral foi uma forma de centralizar e ter mais controle da
colônia.
Em 1549 chegou a Bahia o primeiro governador-geral,
Tomé de Souza, acompanhado de três auxiliares: o capitão-mor,
responsável pela defesa, o ouvidor-mor, encarregado da justiça e o
provedor-mor, responsável pelas finanças. Chegaram em conjunto com eles
soldados, carpinteiros, funcionários e jesuítas, religiosos católicos
chefiados pelo padre MANOEL DA NÓBREGA. Tomé de Souza recebeu do rei a missão de combater
os indígenas que resistam a ocupação portuguesa, aumentar a produção agrícola
no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata. Nesse
mesmo ano foi fundada a cidade de SÃO SALVADOR, primeira capital do Brasil.
Duarte da Costa (1553- 1558): o segundo
governador-geral, também chegou com colonos e jesuítas. Entre eles estava o
padre JOSÉ DE ANCHIETA que fundou, no planalto de Piratininga, em 1554, o
colégio de São Paulo, origem da vila e, depois, da cidade de São Paulo.
O governador deu pouca atenção às capitanias do
Sul, e elas acabaram sendo invadidas pelos franceses que fundaram uma colônia
comercial chamada França Antártica (1555) e receberam ajuda dos índios
tupinambás, que eram inimigos dos portugueses, se estabelecendo na região por
doze anos.
Mem de Sá (1558- 1572): terceiro governador-geral,
guerreou contra grupos indígenas e ocupou suas terras, conquistando mão de obra
e terras para os engenhos. Combateu também os franceses que haviam se
estabelecido na Baía de Guanabara. Seu sobrinho, Estácio de Sá mandou construiu
um forte no local que deu origem à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
(1556). Dois anos depois os franceses foram expulsos.
Também existiam as Câmaras Municipais que
eram órgãos políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os
ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo
não podia participar da vida pública nesta fase.
(Na próxima postagem continuaremos estudando sobre a estrutura colonial, atividades econômicas, e todo o processo de colonização do Brasil, além da escravidão indígena, evangelização desses povos pelos jesuítas e escravidão africana)
AGORA É A SUA VEZ!
RESPONDA AO FORMULÁRIO CLICANDO AQUI
Façam a atividade com cuidado e capricho, pretendo marcar uma chamada de video semana que vem para tirar dúvidas e explicar o conteúdo!
Boa atividade e até mais!
Profª Biah.