sábado, 21 de novembro de 2020

Semana de 23/11 a 27/11 - 7ºs anos A, B, C e D

  Boa tarde, pessoal dos 7ºs anos! 

Estamos nos encaminhando para as últimas atividades desse bimestre, ou seja, é tempo de realizar o que está pendente e não deixar nada pra trás! Caso você tenha perdido as atividades anteriores desse 4º bimestre, elas podem ser consultadas clicando aqui assim como a videoaula que realizei na quarta-feira dia 18/11 que foi gravada e postada no youtube através desse link: https://www.youtube.com/watch?v=g1FRzlr_2Sc .

Para essa semana falaremos sobre o Brasil colonial e é essencial que vocês realizem a leitura desse texto com MUITA atenção pois muito do que acontece nos dias de hoje vem desde esse período. Após ler o texto e anotar os pontos importantes em seus cadernos, responda ao formulário no final dessa postagem.

Atenção para as anotações em vermelho ao longo do texto pois representam explicações ou pontos importantes. Essa postagem será um pouco mais extensa, pois trata-se de um tema muito importante.

                                                A SOCIEDADE COLONIAL

 A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social: No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários públicos e na base da sociedade estavam os escravos de origem africana.

Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos.

A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).

 

A ESCRAVIDÃO AFRICANA NO BRASIL

Os primeiros escravos na América Portuguesa foram os indígenas, que foram, sucessivamente, sendo substituídos pela escravidão africana pelas seguintes razões: falta de indígenas nas áreas de plantação de açúcar por fuga ou morte devido as doenças e maus tratos, interesses envolvendo o tráfico de africanos pelo Oceano Atlântico e pela experiência dos africanos com a plantação portuguesa de cana-de-açúcar na Ilha da Madeira e de Cabo Verde.

 A escravidão sempre existiu desde a antiguidade, seja a escravidão por dívida, escravidão por guerra (prisioneiros de guerra) e era praticada em várias partes do mundo. A escravidão torna o escravo uma mercadoria, ou seja, perde-se os direitos sociais (dependendo da civilização), políticos e torna-se uma mera propriedade de seu senhor. Qualquer pessoa poderia ser escravizada nesse contexto, independentemente da cor de sua pele.

 No continente africano também existia escravidão como nos moldes da antiguidade por motivos de guerra, fome (quando não tinha meios para alimentar a si e sua família, se ofereciam como escravos), por cometer algum crime (penalizado a se tornar escravo) porém ocorria de maneira diferente em cada reino ou sociedade (lembrem-se que a África é um continente enorme, com variações de linguagem, costumes, religião. Cada local da África é diferente entre si. Eles não se reconhecem como africanos, mas sim como pertencentes a determinado reino/comunidade e essa comunidade poderia possuir inimigos, o que justifica a rivalidade e eventual escravidão destes). Porém, o número de escravos era reduzido, conforme a sociedade os escravos podiam se casar com pessoas livres, ocupar cargos e assim sucessivamente.

 No século XV, com a chegada dos portugueses à África, a escravidão cresceu e as guerras se multiplicaram. Parte dos líderes africanos desejava obter armas para ampliar seus domínios e os europeus, por sua vez, desejavam obter escravos. Aproveitando-se disso, foi incentivado o conflito dentro do continente africano para que, dessa forma, quem desejava obter armas ou outros produtos trocasse estas por prisioneiros e esses prisioneiros se tornavam escravos. Houve nesse momento muita resistência a essa prática e denúncias do quão prejudicial era isso para suas comunidades.

 No século XV, com o aumento da procura de escravos para os engenhos de açúcar no nordeste brasileiro, teve início o comércio de africanos para a América Portuguesa. Esse negócio envolvia pessoas e produtos de vários continentes e é chamado de TRÁFICO ATLÂNTICO. O tráfico atlântico durou 300 anos e envolveu europeus de várias nações, africanos (chefes, reis e negociantes) e, posteriormente, mercadores do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Esse “negócio” tornou-se extremamente lucrativo.

 A diferença da escravidão da modernidade (desse período que estamos estudando, associado às grandes navegações e processos de colonização) da escravidão na antiguidade é a questão RACIAL. O conquistador se vê como uma raça SUPERIOR E CIVILIZADA, e o colonizado é visto como uma raça INFERIOR, BÁRBARO, REBELDES E SELVAGENS, o que “justifica” que essas raças sejam escravizadas e tratadas como mercadoria.

 

DE ONDE VIERAM OS ESCRAVIZADOS AFRICANOS?

Os escravizados que vieram ao Brasil tinham diversas origens, mas destacam-se duas regiões: a região de Congo, Moçambique e Angola vieram os BANTOS ou BANTUS (grupo étnico importante da regiões nordeste e centro-sul da África) e da região da Nigéria, Costa do Ouro e Guiné vieram os SUDANESES (grupo vindo da costa centro-oeste africana). A maioria dos escravos que entraram no Brasil entrou pelos portos da Bahia, e se concentrou no Nordeste entre Bahia, Pernambuco e Maranhão.


Os africanos não eram chamados pelo nome de sua etnia, mas sim pelo porto ou da região onde tinham sido embarcados. Um africano de etnia bacongo, por exemplo, era aqui chamado de cabinda, se esse fosse o nome do porto onde embarcou. Escravizados vindo da costa da Mina eram chamados simplesmente de minas e assim sucessivamente. Ao embarcarem para o Brasil, o africano era “batizado”, ou seja, perdia seu nome original e passava a ter um nome português. Para certos povos africanos isso era extremamente doloroso pois a escolha do nome em alguns locais da África possui um significado especial. Era mais uma ferramenta de apagamento de sua origem e violência simbólica, além da física. O Brasil foi o país que mais recebeu escravos no continente americano, totalizando 4,9 milhões e nesses números estavam reis, rainhas, trabalhadores e crianças.

                                                      A TRAVESSIA

Navio Negreiro (fonte: Livro História, Sociedade e Cidadania de Alfredo Boulos)

Homens, mulheres e crianças eram obrigados a embarcar em NAVIOS NEGREIROS ou TUMBEIROS. As viagens das praias da África Ocidental demoravam de 30 a 45 dias e a condição da viagem era péssima: a comida era pouca e de má qualidade, não havia banheiros e nem instrumentos de higiene, ou seja, faziam suas necessidades onde estavam. Além disso, os navios negreiros iam superlotados, onde cabiam cem pessoas iam trezentas nos porões do navio, sem ventilação e com temperaturas altíssimas em um espaço minúsculo. Muitos morriam durante a travessia, eram acometidos de doenças diversas ou de BANZO uma depressão, saudade extrema que podia provocar as mais diversas reações, incluindo a vontade de acabar com a própria vida. Porém havia formas de resistência entre os escravizados, ou seja, toda a violência não foi simplesmente aceita.

Chegando ao Brasil, iriam trabalhar nas plantações de cana de doze a quinze horas por dia. Os escravizados viviam nas senzalas, recebiam uma cuia de feijão ou uma porção de farinha de mandioca ou milho. Algumas vezes também recebiam rapadura e charque (carne seca). Essa alimentação era insuficiente e pobre em proteínas, o que causava problemas de saúde e envelhecimento precoce. Os escravos recebiam castigos por qualquer pequena falta.

Entre os trabalhadores também havia libertos, ou seja, escravos que conseguiram sua carta de alforria (liberdade) depois de muitos anos de trabalho. Os africanos aqui desembarcados trouxeram consigo não só sua força de trabalho, mas também sua cultura, que marcaram profundamente nosso modo de viver, pensar, falar e sentir.

                                     FORMAS DE RESISTÊNCIA

 Diante da opressão sofrida, onde houve escravidão houve resistência. Os escravizados jogavam capoeira, promoviam festejos como o reisado e congado, praticavam o SINCRETISMO (naquele momento era proibido idolatrar outros deuses e entidades que não fossem da Igreja Católica, ou seja, os africanos usavam-se nomes de santos católicos, “abraçavam” a religião cristã, porém continuavam cultuando seus orixás, substituindo seus nomes por santos católicos, por exemplo: Iemanjá é Nossa Senhora da Conceição. Desse sincretismo surgem novas religiões adaptadas, conhecidas como afro-brasileiras como candomblé, umbanda - que mistura elementos, católicos, africanos e indígenas). Muitos africanos sabiam ler e escrever, coisa que os colonizadores não tinham pleno domínio. Além das práticas culturais e corporais também foram criados os QUILOMBOS.

Os quilombos eram agrupamentos de pessoas que fugiam da escravidão, também recebia brancos pobres e indígenas expulsos de suas terras. O quilombo que mais se destacou foi o
QUILOMBO DOS PALMARES criado em 1597 quando quarenta escravos se refugiaram na Serra da Barriga em Alagoas. Esse Quilombo era visto como uma ameaça ao sistema escravista e foram enviadas várias expedições para sua destruição, sendo derrotadas. Durante esses conflitos destacou-se um nascido no quilombo, que se tornou um famoso líder,  Zumbi.

Zumbi dos Palmares
 As autoridades decidiram contratar o bandeirante  Domingos Jorge Velho para destruir definitivamente o quilombo, e devido a superioridade militar e maior conhecimento do território invadiram a capital palmarina em 6 de fevereiro de 1694. Mesmo ferido em combate, Zumbi conseguiu escapar e fugiu por vários meses. No ano seguinte, Zumbi foi traído por homens de sua confiança e morto no dia 20 de novembro de 1695. Nesse dia, em memória a Zumbi, as formas de resistência e luta do povo negro, é celebrado o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, data importante para discutir e refletir sobre o racismo que EXISTE NO BRASIL ATÉ OS DIAS DE HOJE.

 Vale lembrar que, até os dias atuais, existem comunidades remanescentes quilombolas (dos descendentes de escravos) que ainda lutam pela propriedade efetiva de suas terras que são cobiçadas por fazendeiros e, por mais que sejam protegidas pela legislação, ainda são alvos de conflitos e constantemente desrespeitadas.

                                              Invasão holandesa no Brasil

Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de holandeses. Interessados no comércio de açúcar, os holandeses implantaram um governo em nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife, modernizando a cidade.

                                      Expansão territorial: bandeiras e bandeirantes

Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes.

Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

                                                 O Ciclo do Ouro: século XVIII

 Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto era um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição.

 A descoberta de ouro e o início da exploração das minas nas regiões auríferas [o termo aurífera se refere as minas de ouro] (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia.O trabalho dos tropeiros foi de fundamental importância neste período, pois eram eles os responsáveis pelo abastecimento de animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente) e outros mantimentos que não eram produzidos nas regiões mineradoras.

                                   Desenvolvimento urbano nas cidades mineiras

 As cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural aumentou muito nestas regiões. Foi neste contexto que apareceu um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil: Aleijadinho.

Antônio Francisco Lisboa o aleijadinho e algumas de suas obras




Igreja São Francisco de Assis em Ouro Preto

 Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de trabalho na região aurífera. Igrejas foram erguidas em cidades como Vila Rica (atual Ouro Preto), Diamantina e Mariana e para acompanhar o desenvolvimento da região sudeste, a capital do país foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. (E isso responde uma das questões que foi perguntada na aula online, acabei colocando um contexto posterior com a vinda da família real mas ela aconteceu depois).


AGORA É A SUA VEZ!

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